Essa semana não tem sido fácil. Por tantas vezes ao longo dos dias, eu preciso esforçar-me para não sonhar. Porque, quando baixo a guarda, começo a imaginar cenário em que meu coração não dói. Durante a viagem, tudo bem... mas quando volto, o aperto é mais apertado e a tristeza chora um pouco mais.
Hoje, eu cheguei perto de fazer uma bobagem. Quase procurei você, quando então lembrei que já há muito você não me faz bem. Mas precisava conversar... então procurei o telefone de sua mãe em algum lugar. Já nem lembrava que havia me preparado para esse momento: destruíra todos os contatos e impedi que meu pensamento lembrasse do número de cor. Funcionou.
Eu sei que você não sabe o quão trabalhoso é ser-me agora. São tantos exercícios, tanto que preciso lembrar. E tanto que não consigo alcançar. Talvez você pense ser apenas palavras, pelo simples grande fato de isso jamais lhe ter sucedido.
Acho que nunca contei para você, mas eu já o desejeiva antes de saber que existia. Eu estava um dia no meu quarto, deitado na cama, e pensei: apenas queria alguém que pudesse dividir meu sono comigo. Imaginei alguém que me abraçava, coloca seu braço em torno de mim, passando por cima do meu ombro. Eu não consigui ver o rosto, apenas o braço, branco e longo que me abraçava: era você. Então passei a sonhar com aquele rapaz cuja única coisa que conhecia era o braço. E tive a certeza que era tudo que precisava, embora pouco acreditava que ele pudesse chegar.
Algum tempo depois, você apareceu. Por isso não me surpreendo com a maneira que me entreguei. Eu já estava a sua espera há tanto. Lendo isso talvez você entenda o choque que me foi quando você subitamente sumiu de minha vida pela primeira vez. Foi difícil. Em parte porque os sonhos prosseguiam e a única coisa que me restava era pedir que você voltasse para mim. Foi o que fiz. Durante um ano, de quando em quando, eu o lembrava que estava no mesmo lugar, com o mesmo amor. Repeti tantas vezes que você era perfeito e que sempre o amaria. Você era perfeito, porque tudo que queria era ter aquele alguém que me abraçava como naquele sonho. Nada mais.
Um dia, a gente se reencontrou. Eu imaginava que seria apenas um encontro entre conhecidos. Não foi. Eu estava em pé na cozinha, você estava me assistindo fazer uma lasanha. Então, não me lembro por quê, você me deu um abraço. E eu disse: tudo que queria era encontrar alguém cujo abraço me fizesse sentir metade do que sento neste momento. Então eu comecei a chorar. Era verdade. Por um ano, eu tentei substituir aquele braço branco, e cada nova tentativa fazia meu coração murchar um pouco mais.
Você sabia disso. Você sabia o quanto eu amava você. Eu dissera 'eu te amo' desde que o conhecera, e por um ano eu repeti essa frase incessantemente. Você sabia. Então, quando no meio das minhas lágrimas você me abraçou, e me beijou, o que mais podia esperar? Você me levou para a sala e disse que chegara a hora de a gente namorar.
E namoramos. Não foi fácil, você deve saber. Eu sempre amei incessantemente, e você... é difícil de dizer. Suas palavras e atitudes cortavam meu coração. Talvez porque eu sentisse que você realmente não queria estar ali. Você não queria, não é? Eu sei que você nunca sentia que me devesse alguma coisa. Você nunca fez nada por mim, não de coração. Para ser sincero, eu não me lembro de nenhuma vez que tenha dito obrigado. Eu tento às vezes lembrar, mas sempre me deparo com sua crença em não se desculpar, ou dizer tudo que pensa, como se pensar fosse a grande proeza da humanidade. O que me lembro é de quando terminou comigo por telefone, as duas vezes. Eu lembro do fato de você não ter me ligado depois que foi embora, muito embora tivesse dito que ainda estávamos juntos. Eu tive que assistir você de longe me jogar para longe. E talvez o mais dolorido tenha sido ouvir de você, em nossa última conversa, que tudo por que passei foi culpa minha, por que fui eu quem quis ficar com você.
Hoje entendo que quis pouco de mais. Não deveria ter desejado apenas um braço longo e branco a me abraçar. Deveria ter desejado alguém que me amasse, que cuidasse de mim, que medice palavras, que dissesse obrigado e que se desculpasse. Não foi o que fiz. E agora fico preso nesse sentimento de raiva de mim mesmo e mágoa... tanta mágoa em saber que você se foi e somente o sonho de um (a)braço ficou.
Hoje, eu cheguei perto de fazer uma bobagem. Quase procurei você, quando então lembrei que já há muito você não me faz bem. Mas precisava conversar... então procurei o telefone de sua mãe em algum lugar. Já nem lembrava que havia me preparado para esse momento: destruíra todos os contatos e impedi que meu pensamento lembrasse do número de cor. Funcionou.
Eu sei que você não sabe o quão trabalhoso é ser-me agora. São tantos exercícios, tanto que preciso lembrar. E tanto que não consigo alcançar. Talvez você pense ser apenas palavras, pelo simples grande fato de isso jamais lhe ter sucedido.
Acho que nunca contei para você, mas eu já o desejeiva antes de saber que existia. Eu estava um dia no meu quarto, deitado na cama, e pensei: apenas queria alguém que pudesse dividir meu sono comigo. Imaginei alguém que me abraçava, coloca seu braço em torno de mim, passando por cima do meu ombro. Eu não consigui ver o rosto, apenas o braço, branco e longo que me abraçava: era você. Então passei a sonhar com aquele rapaz cuja única coisa que conhecia era o braço. E tive a certeza que era tudo que precisava, embora pouco acreditava que ele pudesse chegar.
Algum tempo depois, você apareceu. Por isso não me surpreendo com a maneira que me entreguei. Eu já estava a sua espera há tanto. Lendo isso talvez você entenda o choque que me foi quando você subitamente sumiu de minha vida pela primeira vez. Foi difícil. Em parte porque os sonhos prosseguiam e a única coisa que me restava era pedir que você voltasse para mim. Foi o que fiz. Durante um ano, de quando em quando, eu o lembrava que estava no mesmo lugar, com o mesmo amor. Repeti tantas vezes que você era perfeito e que sempre o amaria. Você era perfeito, porque tudo que queria era ter aquele alguém que me abraçava como naquele sonho. Nada mais.
Um dia, a gente se reencontrou. Eu imaginava que seria apenas um encontro entre conhecidos. Não foi. Eu estava em pé na cozinha, você estava me assistindo fazer uma lasanha. Então, não me lembro por quê, você me deu um abraço. E eu disse: tudo que queria era encontrar alguém cujo abraço me fizesse sentir metade do que sento neste momento. Então eu comecei a chorar. Era verdade. Por um ano, eu tentei substituir aquele braço branco, e cada nova tentativa fazia meu coração murchar um pouco mais.
Você sabia disso. Você sabia o quanto eu amava você. Eu dissera 'eu te amo' desde que o conhecera, e por um ano eu repeti essa frase incessantemente. Você sabia. Então, quando no meio das minhas lágrimas você me abraçou, e me beijou, o que mais podia esperar? Você me levou para a sala e disse que chegara a hora de a gente namorar.
E namoramos. Não foi fácil, você deve saber. Eu sempre amei incessantemente, e você... é difícil de dizer. Suas palavras e atitudes cortavam meu coração. Talvez porque eu sentisse que você realmente não queria estar ali. Você não queria, não é? Eu sei que você nunca sentia que me devesse alguma coisa. Você nunca fez nada por mim, não de coração. Para ser sincero, eu não me lembro de nenhuma vez que tenha dito obrigado. Eu tento às vezes lembrar, mas sempre me deparo com sua crença em não se desculpar, ou dizer tudo que pensa, como se pensar fosse a grande proeza da humanidade. O que me lembro é de quando terminou comigo por telefone, as duas vezes. Eu lembro do fato de você não ter me ligado depois que foi embora, muito embora tivesse dito que ainda estávamos juntos. Eu tive que assistir você de longe me jogar para longe. E talvez o mais dolorido tenha sido ouvir de você, em nossa última conversa, que tudo por que passei foi culpa minha, por que fui eu quem quis ficar com você.
Hoje entendo que quis pouco de mais. Não deveria ter desejado apenas um braço longo e branco a me abraçar. Deveria ter desejado alguém que me amasse, que cuidasse de mim, que medice palavras, que dissesse obrigado e que se desculpasse. Não foi o que fiz. E agora fico preso nesse sentimento de raiva de mim mesmo e mágoa... tanta mágoa em saber que você se foi e somente o sonho de um (a)braço ficou.
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