O Espírito Santo é pensado, há muito, como um pedaço do Brasil que não deu certo. Dentre os muitos exemplos que mostram essa visão, posso citar a disseminação da conhecida expressão barreira verde, que caracterizava as terras capixabas como um grande pedaço de mata que dificultava o escoamento do ouro das minas gerais. De modo semelhante, no Império, o Espiríto Santo era visto como mais uma das pequenas províncias, sem força política atuante na Corte vizinha. Durante os 67 anos de nossa experiência monárquica, nenhum dos Senadores eleitos para representá-lo nasceu em terras capixabas; muitos deles jamais colocaram o pé aqui. Para a cúpula do Governo, o Espírito Santo era mais um burgo podre.
Essa é uma visão construída, em grande escala, por uma forma particular de se produzir conhecimento: observar apenas os resultados. Nesse sentido, é interessante retornar a um período anterior à construção dessa visão, um momento em que o projeto Espírito Santo ainda não era considerado fracassado: os primeiros dois séculos da Colônia.
O Brasil nasceu como um investimento português. Em termos econômicos, o Espiríto Santo, de fato, não deu os retornos esperados por Lisboa. Contudo, antes da descoberta do ouro em terras brasileiras, essa era a realidade de todas as quinze capitanias. Os olhos do Reino estavam voltados com muito mais intensidade para suas possessões no Oriente, de onde provinham os grandes lucros. Somente quando a Espanha encontrou ouro na América, os portugueses voltaram sua atenção para o Brasil, na esperança de que fizessem semelhante descoberta: a corrida ao ouro iniciara.
A busca pelo ouro foi um investimento de alto risco. Fosse por conta da mata, dos índios ou das doenças, adentrar o interior do Brasil à procura de uma mina só foi uma opção porque a efetiva descoberta do ouro compensaria todos os riscos. Afinal, nos primeiros séculos da era moderna, o ouro era a petrificação da riqueza. É muito comum atualmente a ideia de que essa aventura pelo interior do Brasil foi conduzida somente - ou principalmente - pelos paulistas. Isso acontece porque temos de hábito de escrever história olhando apenas para os vencedores. A verdade é que donatários de muitas capitanias investiram pesado nessa aventura em busca do ouro. No Espírito Santo, não foi diferente. Muitos foram os homens e recursos que percorreram o seu interior em busca da pedra, em inúmeras tentativas sucessivas e mal-sucedidas. Muitos esquecem que a corrida ao ouro foi, antes de tudo, uma corrida: ganhou quem chegou em primeiro lugar. Isso não significa, contudo, que os outros não empreenderam igual ou mesmo maior esforço. A vitória alheia não lhes tira esse mérito.
Essa é uma visão construída, em grande escala, por uma forma particular de se produzir conhecimento: observar apenas os resultados. Nesse sentido, é interessante retornar a um período anterior à construção dessa visão, um momento em que o projeto Espírito Santo ainda não era considerado fracassado: os primeiros dois séculos da Colônia.
O Brasil nasceu como um investimento português. Em termos econômicos, o Espiríto Santo, de fato, não deu os retornos esperados por Lisboa. Contudo, antes da descoberta do ouro em terras brasileiras, essa era a realidade de todas as quinze capitanias. Os olhos do Reino estavam voltados com muito mais intensidade para suas possessões no Oriente, de onde provinham os grandes lucros. Somente quando a Espanha encontrou ouro na América, os portugueses voltaram sua atenção para o Brasil, na esperança de que fizessem semelhante descoberta: a corrida ao ouro iniciara.
A busca pelo ouro foi um investimento de alto risco. Fosse por conta da mata, dos índios ou das doenças, adentrar o interior do Brasil à procura de uma mina só foi uma opção porque a efetiva descoberta do ouro compensaria todos os riscos. Afinal, nos primeiros séculos da era moderna, o ouro era a petrificação da riqueza. É muito comum atualmente a ideia de que essa aventura pelo interior do Brasil foi conduzida somente - ou principalmente - pelos paulistas. Isso acontece porque temos de hábito de escrever história olhando apenas para os vencedores. A verdade é que donatários de muitas capitanias investiram pesado nessa aventura em busca do ouro. No Espírito Santo, não foi diferente. Muitos foram os homens e recursos que percorreram o seu interior em busca da pedra, em inúmeras tentativas sucessivas e mal-sucedidas. Muitos esquecem que a corrida ao ouro foi, antes de tudo, uma corrida: ganhou quem chegou em primeiro lugar. Isso não significa, contudo, que os outros não empreenderam igual ou mesmo maior esforço. A vitória alheia não lhes tira esse mérito.
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