sábado, 18 de agosto de 2018

Do outro lado da rua

Do outro lado da rua ela espera
há tanto tempo ela espera
sem perceber

Fechou os portões
e disse:
aqui não entra mais ninguém

e ninguém nunca saiu

Do outro lado da rua ela pensa
que pode vislumbrar melhor
ou pelo menos observar melhor

ninguém vai sair

Já passaram muitos
variadas formas
variados tempos

mas algo não muda jamais

Do outro lado da rua ela espera
que o dia seja mais bonito
ou menos doído

Por isso fechou os portões
os trancou:
aqui ninguém mais entra

então como ele entrou?

Do outro lado da rua ela pensa
que a espera chegou ao fim

Minha querida...

a espera mal começou.

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