O que é amor? Quando se fala "eu te amo", o que exatamente se quer dizer? Eu pensei no amor e em sua história. Quando o amor apareceu. Sua manifestação mais remota. O cuidado do genitor pela sua prole. O amor talvez tenha nascido nos números, na transição gradual para poucas crias. O amor é querer evitar, ou mesmo temer, que parte de nós se vá antes que possa ela mesma se particionar.
E não aí ficou. Veio o altruísmo genético: o amor pelo pares. Veio o amor pela mãe; e pelo pai (quando aventurou-se, entre outros, a monogamia). Vieram outros cuidadores. Veio a adoção. Os animais de estimação. Vieram os amigos. Veio até a paixão. E veio você.
O amor não é apenas história.
O amor está aqui, em mim. Nas lembranças que tenho das coisas que perdi e daquelas que jamais irão. Na sensação que meus sentidos criam: essa certeza ingênua de que você (de fato!) existe e que, mesmo que se cesse, permanecerá parte de mim.
O sentido do amor então talvez seja o mesmo dos genes que o criaram: a eternidade efêmera.
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