quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Nos últimos meses, virou meu ofício desvender o erro cometido por outros. Tentar apontar como um falso imaginar pode moldar as atitudes. O instante definidor entre o pensar e o agir... o finalmente arrepender-se.
No fundo, sei que apenas repito o que sempre fez parte de minha vida. Seja dom ou maldição, fui indicado a observar - para em algum momento acusar. Assim não é tão surpreendente que os papéis se invertam e de repente eu me enxergue como um dos personagens ampliados por uma lente.
Nos últimos meses, não percebi meu reiterado erro. Tive tanta certeza que o problema era eu, que não estava pronto, que não tomara as corretas atitudes. Não parei para pensar e reparar que era mais uma vítima desses jogos que repetimos todos os dias, que testemunhamos na vida de amigos e por vezes insistimos em ignorar. E guiei meu coração para um vazio, uma quarentena sem prazo, uma cela sem cadeado. Não fui eu afinal o errado?
Porque você sabia que eu iria quebrar, que bastaria alguns passos para gritar por uma espécie de salvação. Você planejou sem planejar, e seu plano veio muito a acalhar para o seu plano de então. Talvez você o fez sem pensar, ou mesmo imaginar, que seria o grande perdedor.
Você também foi vítima de uma falsa representação. Você achou que nunca iria amar e assim o caminho curto que resolveu tomar levou a uma volta sem explicação. Um dia talvez você venha a acordar e perceber que só porque não era eu não significa dizer que um dia não poderei ser.
Talvez um dia eu venha a ser. Ao repetir o mesmo padrão com tantos objetos, talvez você perceba também onde errou. E o falso imaginar finalmente destrua o que a imaginação criou.

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