Queria tanto um carinho. Um abraço. Queria um sonho. Queria ser amado. Faz tanto tempo que não me sinto assim. Se já me senti assim... Talvez por isso transbordo essa carência enjoada; esse desejo suado e mal olhado; esse jeito coitado de não ser feliz.
Então me pergunto de onde vem esse amor inventado. E por quem? Quem me ensinou a querer; a precisar. E o que preciso inventar para tampar essa dor que não cessa. Esses dias de espera pelo que um dia não sou.
Pois se hoje é você, foi você, é aquele, foram muitos. E hoje depois esperarei pelo outro; quem esse outro que não habita em mim? Ninguém.... ninguém....
Coitados de nós que inventamos farras, passados, judeus, bebidas, escrituras e televisão. Feliz de nós que gozamos, sorrimos, cantamos, e, em doce vingança, nos jogamos no mar. É para lá que eu vou... é para lá que eu vou; e não tenho que aproveitar, mas, se não aproveitar...
Então mato filipe, felipe, filipe, daniel. Mato elimar, carlos, celso. Mato bruno, patrick, pedro. Mato guto. Mato marcus. E mato aqueles que nem me fizeram sonhar. Mato todos. E me jogo depois no mar.
Mato pai, mato mãe, mato irmã, mato irmã. Mato avô, avó, sobrinha e tio. Mato primo... um, dois, tantos. Mato todos; e me jogo no mar.
Mato ester. Até ester? Até ester. E mato todos. E me jogo no mar.
E, quando acordar, amarei todos. De novo. E esse amor inventado novamente irá se inventar.