Do outro lado da rua ela espera
há tanto tempo ela espera
sem perceber
Fechou os portões
e disse:
aqui não entra mais ninguém
e ninguém nunca saiu
Do outro lado da rua ela pensa
que pode vislumbrar melhor
ou pelo menos observar melhor
ninguém vai sair
Já passaram muitos
variadas formas
variados tempos
mas algo não muda jamais
Do outro lado da rua ela espera
que o dia seja mais bonito
ou menos doído
Por isso fechou os portões
os trancou:
aqui ninguém mais entra
então como ele entrou?
Do outro lado da rua ela pensa
que a espera chegou ao fim
Minha querida...
a espera mal começou.
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